Nada o toca por detrás da porta
A percepção está alheia
Um sangue podre corre pelas veias
tumores bloqueiam a fala
Seu corpo disforme, conforme o tempo
Lança-o frente ao espelho.
E num momento beirando desespero...
Chora... (ainda que um macho adulto)
Ele é sensível!!!
Declara-se, então, em conceito
Mesmo exposto ao preconceito.
E hoje ele se defronta com a previsível decepção.
Seu amor é “modernamente” capitalista...
Consome-se ávida em novidades
Diz-se alegre consumista.
Para ele, tosca ironia...
Um imperfeito e tacanho socialista
Que sobrevive no samba da hipocrisia
Onde seu amor lhe diz sorridente:
“Ideologia é teoria fria!
Cabeça cheia e barriga vazia!”
E assim os dias se passam...
O TER impondo seu valor
E gradativamente
Desvalorizando o amor...
Por isso amo princesas de pés no chão!!!
Forte. Denso!
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