terça-feira, 27 de dezembro de 2011

2012... Encontrar-nos-emos...


Ao fim do ano...
Ano novo!!!...
Reflexões...
Acertos e enganos.
Desejos:
Uns divinos, outros profanos.

Ao fim do ano
Tudo se faz para o novo.
Novas promessas a se somar
Outras a se renovar.

No ano novo...
Virá, verá, será!!!

Ao fim do ano
Penso no velho...
Velho sentimento contido,
Num cúmplice segredo dividido.
Encontros ensaiados com o coração
Encontros abortados pela razão.

Penso...
Ao chegar o ano novo
Coração e razão se alinharão?
Aninhar-se-ão?
Ou o ensejo que move o desejo
Permanecerá no vácuo da distância?
Essa concreta constância?...

Na verdade, longe de ser precipitado...
Desejo puro e simplesmente
O mesmo desejo do ano passado...
(aquele ensaiado e abortado!!!...)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Do presente...


Neste natal
Eu quero um presente!
Assim simples...
Simples como o céu.
Como o céu... Claro.
Brilhante como o céu.
Como o céu... Fases...
E como o céu... Infinito.
Multiplicado em cumplicidade
Dividido em comunhão
Somado tato e tesão.
Na verdade, esse meu presente
Está tão presente
Que já não é mais só presente...
É futuro!
E juro...
Meu natal será completo.
Ah, esse meu presente
É de tocar, pegar...
Pegar com força suavemente
Sentir, dizer...
Dizer em abraços de amor
Que meu presente
É prazerosamente VOCÊ!!!


Que os sentimentos 
que nos norteiam 
nessa época de natal, 
nos sejam comuns 
durante todo o ano!!!
Que seja sempre 
NATAL em você...
É o que deseja
GMendes 

sábado, 17 de dezembro de 2011

Amor sem flor...


A flor nos inspira o amor...
Seu perfume conquistador
Seus espinhos provocam dor!
No início...
O amor se fez assim...
Flores, rosas, jasmim...
Depois...
O bem me quer, o mal me quer
Pétalas despedaçando em mim.
Insisti em plantar amor
Mas a mágoa não o quis.
Alastrou-se em raiz
Você fechou-se em inverno,
Recusando a primavera.
Dei-me por vencido a cultivar o canteiro
Pois em seu coração (é sabido!)
Já não me tens como jardineiro.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Soneto XIII (do Bilac)...



Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."


Aniversário de nascimento do poeta Olavo Bilac (16/12/1918) 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Da admiração...


“Mirrado, feio e franzino. Seu nascimento foi um parto dramático, a fórceps (pinça siderúrgica usada para extrair do útero a criança), por isso o afundamento do maxilar. Era 11 de dezembro de 1910...
(...) Morreu no dia 04 de maio de 1937. Tinha 26 anos e cinco meses de idade. O nome dele era NOEL ROSA. Com todas as letras e conforme a certidão de nascimento: Noel de Medeiros Rosa.
Viveu poucos anos e MUITA VIDA!!!”
Hoje, 11 de dezembro de 2011, aniversário de Noel Rosa... 

Filosofia

O mundo me condena,
e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba,
muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro,
mas não compra alegria
Há de viver eternamente
sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Olhar em mar...


Ela vem devagar e calma
Nascente dos limites da alma.
Vem em resposta externar
Conhece meus sentimentos
Sabe como e quando chegar.

Aparece só, juntamente comigo
E em silêncio me desperta.
Refúgio, abrigo...
Alivia-me nas horas incertas.

Sempre se coloca à disposição
Às vezes chega de surpresa,
Faz-se de tímida,
Leva-me ao chão.
Aumenta a medida,
Transborda-me o coração!

Hoje ela veio com intensidade
Molhou meu rosto com serenidade
Suavizando meu pesar... Pensar.

Sem querer e poder controlá-la
A fiz de chuva
Deixei que ela tocasse o chão
Projetando em curva
Imenso arco-íris em meu coração.

Agora sei... Sim, eu sei!
A lágrima transcende-se como alívio
Por isso a deixo fluir...
Assim, como pequenas gotas de mar,
A brotar, cristalinas, de meu olhar...


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Da acolhida...

Que caia a chuva em pingos em fios finos.
Que caia o dia em sol de raios fugidios
Que caia a noite em pouca luz e brilho arredio.
Frases soltas... Puro arrepio!
Assim... Que caia...
Caia as máscaras do medo,
Da dúvida e dos embaraços.
Depois, só depois...
Longe das amarras
Caia você em meus braços (em abraços!)...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Alcoólica alma...


Não há nada de anormal em mim
Pois nada haveria de existir
A não ser essa embriaguez
Subitamente causada por ti.

Primeiro em doces doses de mel
Embebedou minha calma.
Depois em amargos goles de fel
Degustou e sorveu minha alma.

Suas doses vinham com suavidade
Deixando-me aceso, mas não alterado.
Mas em seguida vinham seus goles
Amargos e mal destilados
Deixando-me atordoado.

E como isso me consumia...
Delírios? Muitos!
Nos ensaios de partida... Bebia.
Voltas arrependidas?...
As tais recaídas...

Foi difícil mas encontrei a cura
Desse vício chamado você
E no meio de tanto mel e fel
Preferi a terra ao céu.

Não há nada de anormal em mim
Pois nada haveria de existir
A não ser essa ressaca
Literalmente deixada por ti.




quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Maria de fé e só...


Maria se enfeitou todinha
Colocou a melhor roupa,
A única que tinha.
Pintou o rosto, passou batom...
Olhou... Mirou-se no espelho... Olhou de novo.
E na certeza de que havia ficado bom
Saiu ansiosa, sem perder o tom...

Foi para o Jubileu...
Passou indiferente pelas centenas de barracas
Para ir até a Basílica de Bom Jesus.
Fez jus à sua devoção.
Observou todos os profetas
Como alguém que nunca os vira.
E ela já os conhecia...
Conhecia tanto, tanto,
Que às vezes orava
Como quem chega aos pés de um santo.

Mas Maria não estava ali por acaso
Ela tinha uma promessa a cumprir
E caso ela não conseguisse... Sei lá...
Acho que preferiria não existir.

Depois de repensar todo seu passado
Juntou forças e desceu para o mercado.
Ali era o oposto da festa religiosa.
Se via de tudo!
Uma multidão curiosa
Misturando fé com oportunismo.
E a Maria estava lá,
Com todo seu otimismo.

Procurava de barraca em barraca...
Observava ao máximo,
Todos e tudo que passava.
Prestava atenção...
Mas em sua direção, nada se manifestava.

Maria andou, andou... Sentou!
Não aguentava mais.
Um ar de desespero ocupou seu olhar.
Uma lágrima ensaiou, ensaiou
Depois rolou pelo rosto.
Um rosto marcado pelo tempo
Que não parou, nem pararia
Nem mesmo para Maria.

O que Maria estava a procurar
E por mais que tentasse encontrar
Não conseguiria.
É que ela perdeu,
Há uns vinte “jublileus” atrás
O que agora já não existe.
Ela jamais voltará a encontrar
O seu grande amor,
Que religiosamente (por medo) deixou escapar...